Cuidado com as palavras

Cuidado com as palavras

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um dilema comum da liderança



As queixas mais comuns ouvidas no dia a dia da liderança são:

  • Dos gerentes: É muito difícil encontrar pessoas que pensem por si sós, sem supervisão ou instruções permanentes, pessoas que tenham iniciativa e impulso, pessoas com senso de responsabilidade e disciplina, pessoas que tenham não só capacidade técnica, mas também a sensibilidade em relação aos outros.

  • Dos liderados: Não é possível encontrar bons gerentes, que tenham capacidade efetiva de liderança, que tenham carisma e energia para motivar e impulsionar as pessoas para uma maior produtividade e excelência.

O que há de errado? O que falta?

Em primeiro lugar precisamos pensar em algo elementar: gente é gente, as boas pessoas não nascem em árvores, nem com uma estrela na testa. Quer líderes ou liderados não conseguiremos encontrar estes trabalhadores pré fabricados.

Em segundo lugar, temos de saber como formar uma pessoa eficaz, como aperfeiçoar sua personalidade, visão e capacidade de autogestão, para torná-la um bom trabalhador.

Geralmente, em 98% dos casos, selecionar pessoas no mercado aberto consome tempo e risco de comprar gato por lebre. Nos testes e entrevistas de seleção de pessoal podemos ser enganados, no bom sentido, por nossa ansiedade de encontrar alguém perfeito para ocupar o cargo em aberto, sonhando que esta pessoa solucionará pelo menos parte de todos os problemas em questão. Isso raramente acontece. As pessoas precisarão se adaptar a organização, aos procedimentos e às pessoas, e pode ser que esta fase de adaptação não se conclua.

Identificar o potencial dentro da organização e oferecer condições para que possa assumir novas funções é uma opção mais adequada e tornar-se válida por vários motivos:

  • Estabelecemos uma cultura interessante de projeção de carreira na organização;
  • É eficaz em termos de custos;
  • Envolve pessoas que já têm inclinação pela estrutura operacional da organização e que dispensam um amplo treinamento.
  • Gera uma concorrência salutar e positiva entre os indivíduos, melhorando a produtividade e promovendo capacidade de progresso.

Quando procuramos alguém para agregar valor a nossa equipe precisamos ter em mente alguns atributos básicos que esta pessoa precisa possuir:

  • Alto nível de capacidade organizacional;
  • Enorme energia e entusiasmo;
  • Capacidade de lidar com situações diversas sem ficar estressado;
  • Coragem de assumir riscos;
  • Confiança para tomar decisões;
  • Visão e atitude positiva;
  • Prudência no proceder;
  • Iniciativa.

Todos nós temos capacidade de avaliar pessoas e traçar um perfil a respeito delas. Todos somos capazes de enxergar quem é capacitado, quem trabalha com afinco, quem é honesto, quem é estimado por todos, etc. Contudo, precisamos também nos preocupar em saber sobre a estrutura da personalidade global uns dos outros.

A personalidade influencia totalmente o comportamento de um individuo. Embora seja composta por diversos fatores, vamos considerar a agressividade, a maturidade e o conhecimento que influenciam diretamente no relacionamento com outras pessoas e no desenvolvimento do trabalho.

Agressividade: Temos a agressividade boa e má. Definimos como boa agressividade impulso, zelo, energia, aquela paixão ardente em ser o melhor. Já a má agressividade significa forçar a barra, ser hostil, belicoso, impor sua opinião a qualquer custo.

Maturidade: significa saber lidar com as situações como elas se apresentam, sem ficar abalado ou estressado. Significa ter motivação estável, ser humilde para aprender e reaprender todos os dias.

Conhecimento: Significa instrução, treinamento, experiência, habilidade inteligência, capacidade de desenvolver as tarefas, discernimento, etc.


Como avaliar estas características? Bem não é uma tarefa fácil, contudo existem algumas dicas que podem ajudar muito.

A agressividade de uma pessoa pode ser observada na forma como ela realiza o trabalho diário, a energia com a qual a pessoa se expressa, seus gestos corporais, seus padrões de comportamento proativo.

É possível fazer-se uma estimativa visual do nível de maturidade de uma pessoa pela maneira que ela se comporta: modo de falar, paciência para resolver as questões simples do dia a dia de trabalho, capacidade de ouvir os outros, solicitude na maneira como ela faz ou responde perguntas, ponderação nas decisões, etc.

Já o conhecimento pode ser avaliado com facilidade através da observância das conquistas pessoais. Instrução, treinamentos, habilidades específicas. Além disso uma bateria de testes também constitui uma avaliação viável.

Resumindo é mais adequado procurar dentro da organização pessoas que possam assumir novos desafios. Identificar o potencial de desenvolvimento de cada um preparando-os para novas responsabilidades. Até ajustes de personalidade podem ser feitos, se necessário, através de treinamento e orientação efetiva. O importante é ter certeza de que a capacidade da pessoa e suas caracteristicas de personalidade combinam bem com a natureza do trabalho para que possa alcançar ótimos níveis de eficiência.

Organizar esta tarefa é sem dúvida alguma responsabilidade do líder.

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